domingo, 27 de novembro de 2011

O que representa o casamento, afinal?

Estamos acostumados, atualmente, a pensar no casamento como uma grande festa religiosa, como uma ocasião para ganhar presentes e criticar o traje da noiva. Estive em um casamento recentemente e é impressionante como pouco muda. Após a cerimônia, os noivos sentavam-se para jantar, conversando entre si e com alguns convidados sobre coisas banais, corriqueiras mesmo. Mas com a mesma cumplicidade de antes, o mesmo sentimento.

Então, o que é o casamento? O que ele muda? O que ele representa? A seguir, coloco algumas possibilidades:

1. A grande prova de amor
Você pode estar namorando há décadas e conhecer seu/sua companheiro(a) em seus detalhes mais pessoais, seus defeitos mais profundos; entretanto, parece que de nada isso adianta se você não se casar. É como a prova de amor máxima que precisa ser feita. Coitado das pessoas que vivem juntos há décadas: a sociedade transformou sua situação em algo não duradouro.

2. Licença para a sexualidade
Muitas mulheres enlouquecem seus parceiros de uma forma diferente da que pensamos: abstinência sexual até  o casamento. E acredite, a força de vontade delas nessa decisão tão resoluta desarma facilmente o charme de qualquer Don Juan. O casamento, nesse sentido, passa a ser uma condição para usufruto de posses (de corpos), colocado acima de qualquer desejo pessoal. O amor pode ser eterno, mas a paixão é temporária e depende de ambos para surgir a cada encontro. E quando digo ambos, não estou dizendo A e B, mas sim A e C. A paixão não tem dono, trata-se de um desejo, de um instinto desde a criação do homem que deve ser suprido por sua parceira. Já faz eco aquela frase: o que não se encontra em casa, sai-se para buscar.

3. A rédea de Deus
Não dá pra descartar um dos outros significados ocultos no casamento: a rédea de Deus. Quando você casa, assume perante a igreja seu compromisso afetivo com outra pessoa. Mas peraí, quando namora você não já faz isso? É amigo, mas a diferença é que agora você tem alguém muito poderoso que pode te castigar se você pisar fora da linha. Você assinou um contrato e precisa respeitar as cláusulas, senão o pecado te inunda. Muitas mulheres simplesmente adoram esta cláusula: "Atreva-se agora a pisar fora da linha, seu safado!"

4. O grande show
Esse é o ponto onde chegamos hoje. Quantos enquanto casam não pousam suas cabeças no altar no que ainda pode dar errado, depois de 6, 12 meses de preparativo. Nem uma mudança de cidade dá tanto trabalho: é iluminação, decoração, quitutes de diferentes sabores (há convidados exigentes a caminho ora!), buffet, banda para alegrar o ambiente (a cerimônia não já é a felicidade?), lugar acessível a todos, lista de presentes para elaborar, igreja pra marcar...ufa. Mas vale a pena, os flashes se multiplicam, os paparicos das titias e amigos fazendo perguntas tontas: "E aí cara, agora tá preso né? (pros homens)" "Seu vestido tava tão lindo, quase que eu choro. Vai jogar o buquê que horas? ( caçada das mulheres pela próxima vítima)". Além disso, ainda tem o "fazer mesa" com cada convidado da festa. Definitivamente, ao lado do falecimento é o dia que mais somos observados na vida, desde que saímos da maternidade . Mas nesse caso, ainda dá pra curtir os flashes e fazer umas caras e bocas. É o dia do show e a lua-de-mel promete (até que enfim, pra maioria dos pobres noivos!).

No saldo da conta: R$5000 ou muito mais de custos, a permissão para acasalar, uma "testemunha" poderosa para te pôr na linha, e a grande prova de amor conquistada. Além disso, nada mais até o nascimento de um filho. Ou estou enganado?

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